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curadoria Marcelo Campos + Filipe Graciano
Nádia Taquary
Vídeo por Thomas Mendel

Alma máter de “Um oceano para lavar as mãos”, Puxada de rede produz o sentimento de fundo e denso mergulho que tanto buscamos. Nádia Taquary nos apresenta as primeiras formas do mundo na tradição yorubá, ejá, um corpo-cabeça: os peixes. Com as mãos na água do oceano imenso, a artista traduz o sentimento de purificação, limpeza e dádiva que foram sequestrados dos povos originários e das populações da diáspora. Seus peixes de prata são meditações materiais sobre a realidade dos povos que se encontram hoje no mesmo terreno. “O peixe que dá dinheiro”, nas palavras de Caymmi.
Cada trabalho de Taquary é uma narrativa única e completa, sobre a qual a artista se debruça em tradições, métodos, vivências e práticas ancestrais, no confronto com um saber milenar vindo de África há séculos, provocando deslocamentos epistemológicos das camadas profundas do silenciamento e apagamento provocados pela colonialidade. Em tudo, a travessia, o barco, a captura possível, a sobrevivência.
Uma poética que evidencia a história do negro no Brasil, a história do negro em Petrópolis, assim como a história do negro em qualquer cidade brasileira.
Uma história que rompe com os cânones de modo a projetar o olhar para a esperança brilhante de liberdade.


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