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curadoria Marcelo Campos + Filipe Graciano

Thiago Costa

Vídeo por Thomas Mendel

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Há uma presencialidade singular nos aspectos do sagrado apresentados nas obras de Thiago Costa. Seus trabalhos têm densidade telúrica, conectam terra e céu, invocam outros tempos, outros mundos. São esculturas-ferramentas e pinturas-têxteis, peças bi e tridimensionais feitas de tecido e ferro baseadas na linguagem
dos signos e cores afrodiaspóricos que atravessaram o Atlântico. Por um lado, atentamos aos materiais, por outro, sentimos e imaginamos o espiritual. 
Da relação entre esses dois universos indissociáveis surge a força e a energia dedicadas aos assentamentos (elementos representativos dos deuses africanos)
que contribuem para que possamos cultuar os deuses, em segredo, em uma estética associativa para iniciados que podem, sempre que necessário, promover invocações.

Aqui, as mãos desenham, riscam, costuram e preservam saberes milenares, possibilitando-nos a comunicação, a sintaxe, a formação de frases e a relação
das formas com o corpo e com o espírito. Talvez, possamos pensar em totens.
Mas, de outro modo, somos apresentados a tecidos e ferramentas que sustentam
e são sustentados pelo corpo, junto das mãos e do peito, como os amuletos.
São muitas as ciências preservadas nas práticas de matrizes africanas: olhar os caminhos, prever as adversidades, promover curas. As palavras pronunciadas ou silenciadas resultam em um exercício de escritura em que o poema, a imagem,
a matéria e as manifestações ancestrais coabitam de modo a criar e ampliar a presença perceptiva do cosmo. Histórias míticas (orikis) participam das cosmovisões, reencenam acontecimentos e os colocam no presente, no agora, podendo transformarem-se nas nossas próprias histórias.

Em Flechas e Facas, duas séries de esculturas em metal do artista, percebemos
que das negociações infindáveis para manutenção da vida surgem tecnologias
para a fuga, a luta e para a felicidade, e gingamos ora por liberdade, ora pelo desejo de existir, identificar-se e refazer nossas comunidades, nossos terreiros.

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