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O Sacudimento que o artista promove desmonta da realidade os traumas
e a conivência da arquitetura de dois portos, Casa da Torre, em Salvador, e a Casa dos Escravos, na Ilha de Goré. Lugares que forjaram o racismo, a desigualdade racial e a pobreza das populações pretas do mundo. A grandeza da obra de Ayrson Heráclito é uma excomunhão dos colonizadores da história do povo africano,
e um enaltecimento das presenças de todos aqueles levados por eles. Este artista realiza um ato espiritual reparatório com as dimensões vivas e imortais do universo.

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Um trabalho de reunião das margens atlânticas, onde Heráclito assume a função de exorcizar os espíritos mortos, os eguns, de dois grandes monumentos arquitetônicos ligados ao tráfico atlântico de escravizados e da colonização.

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Um processo de trabalho que seguiu o caminho que não dissocia a ética da estética, assim como a arte da espiritualidade, de modo a contribuir para elaboração de um "regime de visibilidade", nas palavras do artista, que age e opera sobre o mistério e o sagrado, evidenciando uma força viva e invisível.

 

 

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